terça-feira, 14 de junho de 2011

ABERTURA DA EXPOSIÇÃO NO PAVILHÃO DAS ARTES DIA 14 DE JUNHO

Cubo Negro  de Herê Fonseca agora no Pavilhão das Artes

No dia 14 de junho  às 20 horas, abertura da exposição Cubo Negro, de Herê Fonseca no Pavilhão das Artes, com a curadoria de Ludmila Brandão. Cubo Negro é uma instalação, que descortina e desvenda o trabalho em seu estágio inicial, os primeiros grifos, o começo do ato criativo, como um ensaio (in)acabado no qual estão imbricadas as forças instintivas e intuitivas do artista. A expressão ensaio expõe a minuciosidade do seu trabalho, isso quer dizer que apresenta o universo da criação com suas sutilezas e particularidades. Herê Fonseca afirma que esses ensaios/esboços em guache preto sobre papel branco “é como um jogo, onde o traço às vezes delimita e às vezes se espalha buscando acomodação. São gradações de preto, densidades e suavidades, variações de tom de acordo com a pincelada: o rastro que o pincel deixa a linha falhada... Faço-os em série buscando as múltiplas possibilidades da forma e do movimento e em outros a rapidez do traço. Uma linha às vezes se encontra com a outra, mas não se junta, deixando espaço para o branco. O esboço é momentâneo e despretensioso, um exercício”
Para o diretor do Museu Nacional em Brasilia e crítico Wagner Barja “estas espécies de desenhos nunca são trazidas a público, eles ficam arquivados em pastas e permanecem numa região de limbo, excêntricos a toda produção visível do artista”.
Dentro do Cubo Negro o visitante terá o auxilio de uma lanterna para observar.  Herê Fonseca iniciou esses ensaios/esboços em 2006 e já soma-se em seu ateliê mais de 3.000 desenhos guardados. Quando apresentados despretensiosamente para a pesquisadora e curadora Ludmila Brandão as formas dos muitos traços foram projetadas para esta exposição, que agora será compartilhada com o público.  Para ela “a exposição conjunta dos esboços, ao modo Cubo Negro, além do perceptível valor como experimento, como propositor estético (para lembrar Hélio Oiticica), constitui uma preciosa compreensão/intuição do trabalho do artista, raramente oferecida ao público. É uma exposição que, a seu modo, se pretende metalingüística.”
Já o  critíco Enock Sacramento, sobre a instalação Cubo Negro, afirma que esta “sugere uma viagem às origens da criação, à morada das idéias que se transformam, através da sensibilidade e do gesto do artista, em linhas e manchas, signos e sinais. Herê, que em outros momentos desenhou no espaço, ( ele se refere aos móbiles de Oscilações, exposição que esteve no SESC em 2009) desenha agora no piso e nas paredes internas de um cubo, espécie de útero em que a obra de arte é gerada. Em ambos os casos, todavia, Herê pratica o que Merleau-Ponty denominaria de uma teoria mágica da visão.” Durante o período da exposição Herê fará uma residência artistica cuja proposta é um diálogo com os mestres: Kandinsky, Paul Klee, Francis Bacon, Picasso, Alexander Calder
A exposição fica aberta ao público até o dia 14 de julho no Pavilhão das Artes sala 28

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A proposta

O título Cubo Negro para esta exposição é uma contraposição ao Cubo branco, termo criado por Brian O'Doherty num ensaio publicado pela revista Artforum em 1976,  aludindo  ao espaço das galerias de arte, com paredes brancas, sem janelas  isolando o expectador em um meio aparentemente atemporal, lugar onde ficam expostas as obras. A idéia do cubo negro é como uma imersão no interior da mente do artista, lá onde ele ensaia o traço.  Dentro do cubo negro estarão os esboços em preto. A proposta  lembra uma arqueologia da criação, como uma crítica genética que valoriza o processo de geração da obra, o percurso, os rastros e sua natureza indutiva. Os trabalhos serão vistos por meio da luz de  lanternas que estarão penduradas no interior do cubo.

O artista
Herê Fonseca nasceu em Alfenas, Minas Gerais, morou no Rio e no estado de São Paulo e atualmente vive em Cuiabá, Mato Grosso.  É formado em Artes Plásticas, com licenciatura em Educação Artística – Tatuí - São Paulo. Curso de Aperfeiçoamento na Universidat  Politecnica de Catalunya, Arte Cidade Barcelona-Espanha.
Em 2009 foi selecionado pela Galeria do SESC Arsenal com a exposição Oscilações Cuiabá MT e pela Galeria da Casa de Cultura da América Latina em Brasília DF, com a exposição Esculturas em movimento. Em Cuiabá tem participado de projetos culturais entre eles: Porto à deriva, ( SESC e ECCO-Programa de Pos graduação em Estudos de Cultura Contemporânea) ;Intervenções Artisticas no espaço da Universidade – UFMT, com uma escultura no espaço aberto do campus Cuiabá; realizando exposições coletivas e individuais entre elas  Trilhas dos Traços no MISC.  

A curadoria

A exposição tem a curadoria da pesquisadora e crítica de arte Ludmila de Lima Brandão. Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999). Pós-doutorado (2004-2005) na Université dOttawa (Canada), com bolsa CAPES, na área de Crítica da Cultura. Professor Associado I da Universidade Federal de Mato Grosso. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea - Mestrado Interdisciplinar - da UFMT e do Núcleo de Estudos do Contemporâneo (UFMT/CNPq). Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte - ABCA e Curadora do Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT (MACP/UFMT). Atua no campo da Análise e da Crítica Cultural, da Crítica de Arte, no debate sobre a contemporaneidade, abordando os seguintes tópicos: arte, cidade, espaço, objetos, subjetividades e, recentemente, a temática da cópia, conceitos correlatos, poéticas e práticas contemporâneas.